Para minimizar os impactos do uso excessivo da tecnologia durante a pandemia, a SBP divulgou novas publicações para orientar responsáveis sobre como conciliar a rotina de crianças e adolescentes com a utilização saudável das tecnologias.
Reiteram todas as recomendações sobre o tempo de exposição às telas indicado para cada faixa etária, chamando atenção para a possibilidade de dependência digital e agravamento dos prejuízos do atual consumo exagerado dessas mídias como: transtornos do sono e alimentares, irritabilidade, ansiedade e depressão, TDAH, sedentarismo, transtornos posturais e músculo-esqueléticos, de visão, dentre outros.
“Segundo o documento, as novas mídias preenchem vácuos – ócio, tédio, necessidade de entretenimento, abandono afetivo ou mesmo pais “ultraocupados”, muitas vezes, com seus próprios celulares. As consequências, tanto do acesso a conteúdo inadequado quanto do uso excessivo, têm sido constatadas nos relatos de acidentes, abusos de privacidade, distúrbios de aprendizado, baixo desempenho escolar, atrasos no desenvolvimento, entre outros.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), associação profissional que agrega 25.000 médicos pediatras cuidando do futuro do Brasil, reitera as recomendações descritas no Manual de Orientação de 20161 e atualiza:
Bebês e mídias sociais
Cada vez mais frequente, não só o uso de tecnologias, como babá eletrônica e outros tipos de equipamentos de monitorização nos quartos de bebês e crianças. Mas também, o uso de smartphones e celulares que a mãe usa e que é repassado para o bebê manusear, como se fosse algum brinquedo, para distrair a atenção. Ou mesmo produtos que são comercializados como artigos de puericultura ou do mobiliário infantil, com telas e outras tecnologias de visualização e sons ou jogos e vídeos com desenhos animados e coloridos bastante atrativos. Estes produtos precisam, ainda, ser regulamentados no Brasil, de acordo com padrões e critérios para o desenvolvimento cognitivo e emocional saudável. Mas, nada substitui o contato, o apego e o afeto humano, o olhar, o sorriso, a expressão facial e a voz da mãe/pai/família/cuidadores com a supervisão constante para segurança e limites, nos cuidados imediatos durante a primeira infância, de 0 até os 6 anos de idade.”
Trechos extraídos do documento Manual de Orientação a Saúde de Crianças e Adolescentes na Era Digital pelo Grupo de Trabalho Saúde na Era Digital (2019-2021) da Sociedade Brasileira de Pediatria.