Bronquiolite: a doença do outono!

A Bronquiolite é uma infecção respiratória viral que acomete os bronquíolos (ramificações terminais dos brônquios) gerando inflamação, edema e aumento da produção de muco. Ela é causada por diversos vírus, dentre os quais o principal é o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que é responsável por mais de 70% dos casos. Esses vírus são muito contagiosos e transmitidos principalmente pelo contato
com outros doentes ou objetos contaminados, e também pelo ar (através das gotículas).

No Brasil, é uma doença tipicamente de outono, apresentando seu pico de incidência de março a maio, anualmente. É a principal causa de internação em crianças menores de 1 ano nesse período.

Os sintomas iniciais são típicos de infecções de vias aéreas superiores, como coriza, nariz entupido, congestão e tosse. A febre em geral está presente e tende a durar de 2 a 4 dias. Os sintomas de vias aéreas inferiores, como falta de ar, chiado e dificuldade respiratória surgem 3 a 5 dias após o início do quadro.

O diagnóstico da bronquiolite é clínico, ou seja, é feito através da anamnese e exame clínico da criança. Não são necessários exames para confirmar o diagnóstico, mas alguns exames podem ser úteis na condução da doença, como o painel viral para identificação do VRS ou radiografia de tórax para descartar complicações, como atelectasia (quando uma porção do pulmão colaba) ou pneumonias.

Os principais fatores de risco para uma evolução grave da bronquiolite são: crianças menores de 1 ano, doenças cardíacas, doenças pulmonares, imunodeficiências, exposição ao cigarro (incluindo na gestação), histórico de prematuridade, irmão na idade escolar.

O tratamento da bronquiolite visa eliminar o excesso de secreção, que é produzido pela inflamação das vias aéreas e melhorar a oxigenação. As principais medidas são:

  • Desobstrução das vias aéreas com soro fisiológico (com inalação e lavagem nasal com soro fisiológico)
  • Oferecer líquidos com mais frequência (estimular o aleitamento nas crianças que ainda amamentam)
  • Umidificar o ambiente
  • Evitar contato com fumaça de cigarro, com poeira, animais, com outras pessoas doentes.

Deve-se procurar um pronto-socorro imediatamente se:

  • os sintomas não melhorem após as medidas inicias
  • a criança ficar com cansaço para respirar
  • a febre piorar
  • a criança apresentar cianose
  • a criança não se alimentar ou estiver prostrada.

Nestes casos de maior gravidade pode ocorrer internação hospitalar e o tratamento pode incluir oxigenioterapia, inalações com medicações, soros e fisioterapia respiratória; caso ocorram infecções bacterianas, os antibióticos podem ser usados. Caso note quaisquer um dos sintomas citados, procure seu pediatra ou o hospital.

A bronquiolite é benigna na maioria dos casos, por isso, o diagnóstico precoce e reavaliações frequentes do seu médico são essenciais.

Fontes:

Bronchiolitis: Diagnosis and Management of Bronchiolitis in Children. NICE Guidelines, No.9 National Collaborating Centre for Women’s and Children’s Health (UK) London, National institute for Health and Care Excellence; 2015 June.

Ralston SL, Lieberthal AS, Meissner HC, et al. Clinical practice guideline: the diagnosis, management, and prevention of bronchiolitis. Pediatrics, 2014, 134:e1474.

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